Reconhecimento Internacional

O nome Malzoni é uma referência na história do automóvel e do automobilismo esportivo no Brasil. Mas seus carros também se tornaram conhecidos no exterior, principalmente o GT Malzoni. A exportação do Puma GT, com certeza, somou várias centenas de unidades – talvez tenha chegado aos quatro dígitos. E os feitos dos modelos com tração dianteira e mecânica DKW impressionaram também quem deles tomou conhecimento fora do país.

O GT Malzoni é oficialmente considerado um marco na história da marca DKW e, por inclusão, da Auto Union, a associação de fabricantes alemães da qual ela fazia parte. Este reconhecimento foi materializado em novembro de 2009, quando um dos exemplares remanescentes do GT Malzoni passou a ser exibido no museu da Audi em Ingolstadt, na Alemanha.

O GT Malzoni azul metálico em exposição foi adquirido no Brasil pela Audi Tradition, divisão da empresa que cuida da história da marca e de suas associadas na Auto Union e aqui restaurado, antes de ser enviado para Ingolstadt. No museu, passou posteriormente a ser acompanhado por dois outros modelos da DKW que foram fabricados exclusivamente no Brasil pela Vemag, um cupê Fissore e um Belcar (sedã) da última série, de 1967, com grade diferenciada e quatro faróis.

Três Malzonis em Monterey

As corridas históricas de Monterey, realizadas anualmente no estado americano da Califórnia, são internacionalmente conhecidas por apresentar na pista do autódromo de Laguna Seca os carros mais célebres da história do automobilismo mundial. A cada ano, uma marca é homenageada e, em 1999, a honra coube à Auto Union.

Evidentemente, as estrelas do evento foram as “Flechas de Prata” da década de 1930, época em que a Auto Union disputava com a Mercedes-Benz a hegemonia do automobilismo mundial. Carros que inovaram em tecnologia, com motor entre eixos traseiro e outros detalhes de engenharia, desenvolvidos sob a direção de ninguém menos que o engenheiro Ferdinand Porsche.

Sem roubar o brilho dos protagonistas, três exemplares do Malzoni também chamaram a atenção do público que, quase em sua totalidade, jamais havia ouvido falar – e muito menos visto – o GT brasileiro. Dois deles eram modelos de competição, um amarelo, pertencente ao jornalista e colecionador mineiro Boris Feldman e um branco, do paulista Eduardo Pessoa de Mello, então presidente do Auto Union DKW Clube do Brasil. O terceiro, uma versão de rua, era do carioca Paulo Lomba que, posteriormente, o venderia a Kiko Malzoni. O carro de Pessoa de Mello, mais tarde, foi vendido para Paulo Malzoni, sobrinho de Rino.

GT Malzoni Tipo IV, participante das corridas realizadas no lendário autódromo de Laguna Seca nos Estados Unidos.

A viagem foi patrocinada pela Senna Import, responsável na época pela importação e sucesso dos carros da Audi no Brasil. Nos três dias do evento, dois dos carros puderam demonstrar na desafiadora pista de Laguna Seca suas qualidades esportivas, nas mãos de Feldman e Pessoa de Mello. O de Lomba, por não ter equipamento de segurança, não pode entrar no circuito.

A foto oficial do evento, tirada na linha de chegada do autódromo, mostra os modelos esportivos mais significativos da história da marca – pouco mais de trinta carros. O GT Malzoni foi incluído entre eles.

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